A tireoidite de Hashimoto é uma condição que tem ganhado atenção por seu impacto direto na saúde feminina, especialmente em relação à fertilidade. Essa doença autoimune afeta a glândula tireoide, essencial para a produção de hormônios que regulam diversas funções do corpo, incluindo a capacidade reprodutiva.
A cantora Lexa, recentemente, trouxe à tona o quanto essa condição pode ser desafiadora, especialmente durante a busca pela maternidade. Com cinco meses de gestação, a artista compartilhou que precisou controlar a tireoidite de Hashimoto para conseguir engravidar com segurança.




De acordo com Elaine Dias J.K., médica com PhD em endocrinologia pela Universidade de São Paulo (USP), a tireoidite de Hashimoto pode levar ao aborto espontâneo, além de aumentar a chance de infertilidade.
“A tireoidite de Hashimoto diminui a produção de hormônios tiroidianos, que são extremamente importantes para a mulher se manter fértil e ter uma ovulação de qualidade”, explica. “Por isso, é muito importante a tireoide estar compensada para o momento fértil da mulher, para ela conseguir engravidar de forma mais rápida e mais saudável o possível”, acrescenta.
Especialista
Segundo a endocrinologista, a baixa produção de hormônios da tireoide aumenta o risco de períodos de anovulação (ausência de ovulação) e de ter um óvulo com má qualidade, além de aumentar o risco de aborto espontâneo no primeiro trimestre da gravidez.
“Além disso, nas primeiras oito semanas de vida fetal, o feto ainda não tem tireoide, mas ele tem receptores de tireoide no cérebro e em várias regiões do corpo dele. Então, ele precisa muito do hormônio tireoidiano da mulher. Se a mãe não está com hormônio tireoidiano adequado, o bebê pode nascer com alterações cognitivas”, afirma.